Vitamina D – Tratamento futuro para miomas?

vitamina d e05c

Os miomas uterinos são os tumores benignos mais comuns da mulher em idade reprodutiva, são tumores da camada muscular do útero, podendo causar desde dores pélvicas a sangramentos menstruais intensos, além de, também, poder causar infertilidade.
Em uma boa parte dos casos, o tratamento dos miomas é realizado cirurgicamente, seja pela retirada dos miomas (miomectomia) ou pela retirada do útero (histerectomia).
Por apresentar altos índices de cirurgia, o tratamento destes tumores está sujeito a um maior índice de complicações. A medicina vem ao longo dos anos tentando buscar tratamentos menos agressivos, tratamentos clínicos, onde o uso de medicações possa impedir o crescimento e os problemas causados pelos miomas. Já existem, atualmente, diversas medicações que são utilizadas com relativo sucesso neste tipo de tratamento.
Mais recentemente vem sendo estudado o papel da vitamina D no crescimento dos miomas, estudos em animais têm demonstrado uma redução do tamanho dos miomas quando células miomatosas são colocadas em contato com altas doses de vitamina D.
Em um estudo realizado pela Universidade de Zagreb e pela Universidade de Split, na Croácia e publicado este mês na Human Reproduction (publicação mensal da ESHRE – Sociedade Européia de Medicina Reprodutiva e Embriologia), evidenciou-se os efeitos benéficos da vitamina D frente ao crescimento de células miomatosas humanas.
No estudo, a presença de vitamina D foi capaz de evitar e de diminuir a proliferação de miomas e de suas células. O uso da vitamina D para tratar miomas é, ainda, experimental, mas a evidência de um possível tratamento, extremamente simples de ser realizado, é real.
Os mecanismos pelos quais a vitamina D influencia o desenvolvimento dos miomas ainda não são totalmente conhecidos, mas parece que ela regularia o excesso de certas proteínas presentes nas células tumorais, proteínas que estariam em níveis elevados quando comparadas com células uterinas sem miomas. Essas proteínas são conhecidas com metaloproteinases e são enzimas que degradam o material extracelular, nos miomas elas estariam em níveis elevados e causariam o crescimento tumoral.
Esse estudo demonstra mais um possível efeito benéfico da vitamina D, uma substância que é responsável entre outras coisas pela absorção de cálcio pelo corpo, sendo fundamental para a formação dos ossos. A deficiência de vitamina D traz, também, complicações na gestação, como: pressão alta, diabetes gestacional, restrição de crescimento fetal intrauterino, restrição de crescimento ósseo fetal e baixo peso fetal (esse assunto foi abordado neste blog em março de 2013). Estudos, também, têm demonstrado que um baixo nível desta vitamina na gravidez está associado a filhos com baixa massa óssea e consequentemente com maior risco para osteoporose na vida adulta.
O alerta existe, pois uma boa parte da população mundial apresenta baixos níveis de vitamina D.
Uma recente pesquisa brasileira mostrou que cerca de 60% das mulheres da região sul e sudeste tem hipovitaminose D e que 30% das nordestinas também tem deficiência desta vitamina, mesmo estando expostas a alta incidência do sol (a vitamina D é metabolizada na pele pela ação dos raios solares).
Por todos esses fatores, a pesquisa dos níveis sanguíneos de vitamina D e a reposição adequada da mesma é de suma importância para mulheres em idade fértil.

Compartilhe: