Saiba como mulheres diagnosticadas com a doença podem reverter esse quadro, após a cura
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo, depois do câncer de pele não melanoma. Somente no Brasil, mais de 57 mil mulheres por ano são atingidas pela doença, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Além de todo o sofrimento causado pelo árduo tratamento, mulheres com diagnóstico oncológico ainda correm o risco de desenvolverem menopausa precoce e, com isso, perderem completamente a reserva de óvulos, impedindo-as totalmente de engravidar. As técnicas de congelamento de óvulos e de tecido ovariano são opções que trazem esperança às mulheres que, após a cura da doença, desejam recuperar a fertilidade, afetada por tratamentos como a quimioterapia e a radioterapia.
Métodos
O método de congelamento de óvulos é semelhante ao da fertilização in vitro. A diferença é que o congelamento é feito antes da formação dos embriões. Para isso, a mulher recebe medicações para estimular o crescimento e amadurecimento dos óvulos e, quando eles estão maduros, são retirados dos ovários por punção ovariana, com uso de ultrassom e sob anestesia. Já para o congelamento de tecido ovariano, é necessária a realização de uma cirurgia feita por vídeo-laparoscopia, procedimento minimamente invasivo e feito por meio de pequenos cortes no abdômen e na pelve para a retirada de parte do órgão ou até do ovário inteiro. Assim, eles podem ser congelados inteiros ou em partes em nitrogênio líquido, assim como os óvulos.
O ideal, em caso de diagnóstico de câncer, seria fazer os dois procedimentos, já que nenhum tipo de preservação de fertilidade garante totalmente uma gravidez futura. Mesmo ainda sendo considerada uma técnica experimental, com apenas cerca de 60 nascimentos no mundo realizados a partir dela, o congelamento de ovários permite à mulher voltar a produzir hormônios normalmente após o tratamento do câncer. Em termos de saúde e bem-estar, fazer a reimplante dos ovários é a solução. Para gravidez, o congelamento de óvulos é hoje a melhor opção, com milhares de nascimentos e não sendo mais uma técnica experimental, já, portanto consagrada.
Pelo menos uma dessas técnicas deveria ser utilizada visando a preservação da fertilidade.
Fonte: INCA (Instituto Nacional do Câncer), SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida). Outubro de 2017.
Texto escrito pela Dra. Lilian Serio, Especialista em Medicina Reprodutiva e Diretora da Clínica Fertibaby Ceará.
