Transferência Embrionária Única – Tendência Atual

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Nos últimos anos, diversos esforços tem sido feitos pelas principais Sociedades de Reprodução Assistida mundiais no intuito de se aumentar a segurança dos tratamentos, diminuindo o número de gravidezes múltiplas, através da transferência única de embrião em ciclos de fertilização in vitro.
Uma questão ainda divide os especialistas: o que traz melhores resultados, transferência dupla ou transferência única (em termos de segurança e resultados positivos)? Os pontos a serem analisados são:
1- Desejo da paciente
A paciente tem o direito de querer uma gravidez múltipla, mas os estudos demonstram que quanto mais bem informada estiver a paciente quanto às possíveis complicações de uma gravidez gemelar, menor é o número de mulheres a desejando.
2- Melhores Resultados
Existem vários trabalhos demonstrando maiores taxas de sucesso quando se transferem dois embriões, embora existam estudos que não demonstrem essa diferença e ainda mais, a maioria dos estudos não avalia a taxa cumulativa de gravidez (aquela em que se leva em conta a transferência posterior de embriões congelados). Quando se avalia essa taxa cumulativa, os resultados finais são os mesmos. O cálculo apropriado não deveria ser um versus dois embriões transferidos e sim, 1+1 maior ou igual a 2, ou seja, duas transferências únicas consecutivas produzem resultados iguais ou melhores que uma transferência dupla.
3- Segurança
O número de complicações maternas como: diabetes gestacional e hipertensão é aproximadamente duas a três vezes maior na gemelaridade dupla que na gravidez simples. Há um risco 4,5 vezes maior de trabalho de parto prematuro e seis vezes maior de baixo peso ao nascer para gravidezes gemelares que simples.
Além disso, o risco de ruptura de bolsa amniótica é cerca de cinco vezes maior na gemelaridade.
Os gêmeos tem três vezes mais risco de apresentar desconforto respiratório, duas vezes mais risco de sepse (infecção generalizada) e quatro vezes mais risco de icterícia (pele amarelada pelo acúmulo de metabólitos, devido à prematuridade do fígado) que os não gemelares.
As mães de gêmeos tem maior risco para depressão e ansiedade pós-parto e os pais apresentam maiores problemas para dormir, ansiedade e depressão durante o primeiro ano de vida dos filhos.
Assim, está estabelecido que gravidezes gemelares duplas tem risco muito maior de resultados adversos que as gravidezes simples.
4- Custo-eficiência
Vários estudos demonstram que os custos pré-natais e neonatais (pós-partos) variam entre 35 a 264% a mais nas gravidezes duplas que nas simples, pós-reprodução assistida.
Isso ocorre devido às altas taxas de prematuridade e baixo peso ao nascer dos gêmeos.
O desafio para os profissionais de reprodução assistida deve ser o aumento das taxas de implantação, para se poder reduzir o número de embriões transferidos.
O resultado ótimo nos ciclos de fertilização in vitro deve ser o nascimento de uma criança única e saudável.
Fonte: Pesquisa realizada na Escola Médica de Eastern Virginia, Norfolk, Estados Unidos. Publicada em Outubro de 2013, no Jornal de Reprodução Humana (Human Reproduction) da ESHRE (Sociedade Européia de Medicina Reprodutiva e Embriologia).

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