Three-person IVF – Fertilização in Vitro com três DNAs

A chamada “three-person IVF” é um passo importante para a medicina reprodutiva, mas, como para todas as novidades na área, seu uso terapêutico requer cautela e rigor. Trata-se da fertilização in vitro interessando um espermatozoide (o do pretendente a pai) e dois óvulos: o da mulher pretendente a mãe, portadora de mutação no DNA das mitocôndrias, e o de uma doadora sem a mutação.

A técnica, é preciso destacar, visa prevenir a transmissão de doenças atribuídas exclusivamente a tais mutações, pela reparação do óvulo acometido ou do embrião gerado a partir dele. Nenhuma outra indicação foi aparentemente discutida e é nesse aspecto que se deve focar para que a técnica não caia em uso indevido. Espero que os resultados de estudos bem conduzidos possam desfazer eventuais controvérsias éticas e nos tranquilizar quanto à segurança para a prole gerada.

A imprensa tem tratado a inovação como envolvendo “três genitores”ou “duas mães e um pai”. É importante frisar que essa ideia não retrata bem a realidade e mais confunde que auxilia o público leigo a entender do se trata… Na verdade, estima-se que menos de 1% do material genético da doadora do óvulo saudável seja transmitido ao embrião. Não se sabe ao certo que tipo de repercussões isso pode gerar ao concepto, mas parece-nos uma distorção falar em duas mães, mesmo em textos/matérias da imprensa leiga.

Texto escrito pelo Dr. Bruno Ramalho

http://drbrunoramalho.blogspot.com.br

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