Seleção Genética Embrionária – Qual é a sua eficiência?

Dentre os métodos atuais utilizados nos ciclos de fertilização in vitro, o PGS (Secreening genético pré-implantacional), isto é: o estudo, por meio de biópsia embrionária (retirada de células do próprio embrião) para análise genética tornou-se uma prática comum e que vem, cada vez mais, sendo utilizada, com o objetivo de selecionar embriões geneticamente perfeitos e aumentar as taxas de gravidez.
Entretanto, a técnica ainda é imperfeita. Erros podem acontecer durante a análise genética da pequena amostra do DNA coletado e mais ainda, a análise de partes “defeituosas” do DNA embrionário (os mosaicismos), que serão descartadas no processo de desenvolvimento natural embrionário, pode levar a falsa impressão de que o embrião é “defeituoso”, quando na verdade, a análise teria sido feita de uma parte que não representaria o embrião, mas sim da parte digamos “deixada pra trás” no processo natural de evolução do embrião.
Além de todas essas variáveis, a eficiência desta técnica pode ser limitada pelos danos causados ao embrião, devido à retirada de uma parte do mesmo para análise, trata-se, ainda, de um método mecânico de obtenção das células.
A maioria das pesquisas têm revelado taxas de implantação embrionária, de gravidez e de nascidos vivos similares quando se usa ou não esta técnica.
A análise genética embrionária é uma tecnologia que promete nos livrar de centenas de doenças genéticas, mas devemos saber que a realidade atual é a de, ainda, dispormos de uma técnica ineficiente e que muitos resultados falsos podem ocorrer, podendo levar, portanto, muitos embriões potencial e geneticamente perfeitos a serem descartados.
A técnica perfeita de avaliação embrionária pré-implantacional, ainda, está longe de ser atingida. Por tudo isso, é preciso ter muito cuidado ao se indicar tal tecnologia e o uso da mesma deve ser extremamente discutido como o casal que busca nossa ajuda para gerar vidas saudáveis.
Fonte: Department of Obstetrics and Gynecology, University of Southern California, Keck School of Medicine, Los Angeles, California. Agosto de 2017.
Texto escrito pela Dra. Lilian Serio. Especialista em Medicina Reprodutiva. Diretora Clínica da Fertibaby Ceará.

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