Ovários Policísticos e risco metabólico

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A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a alteração endocrinológica mais comum nas mulheres em idade fértil, sendo a principal causa hormonal de infertilidade feminina, devido à anovulação e às alterações metabólicas que provoca.
Esta patologia está associada à obesidade, dislipidemia (alterações dos níveis de colesterol), resistência insulínica (estado pré-diabetes) e diabetes mellitus tipo 2. Todas essas alterações além de comprometerem a fertilidade, provocam sérias conseguências para a saúde.
Dados recentes têm associado o acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática) com a SOP. Esta alteração é silenciosa, sendo diagnosticada por ultrassom e pode levar a complicações como a cirrose e a falência hepáticas.
Baseado nessas evidências, pesquisadores da Universidade de Pittsburg, na Pensilvânia, Estados Unidos, publicaram um estudo na Fertility and Sterility (publicação oficial da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva – ASRM) em dezembro de 2013, avaliando as relações entre ovários policísticos e alterações metabólicas em adolescentes obesas.
Esta pesquisa demonstrou que a esteatose hepática está diretamente ligada à obesidade, dislipidemia, resistência insulínica, diabetes mellitus e ao aumento do risco metabólico nessas adolescentes. Foram encontradas taxas de até 55% de esteatose hepática nas portadoras de SOP.
Foi visto que cerca de 37 a 47% das adolescentes com ovários policísticos tem alterações metabólicas, comparado com 0,6 a 9% das adolescentes sem SOP e que entre 50 a 80% das mulheres com ovários policísticos tem resistência insulínica, destas 30% evoluem para intolerância à glicose (pré-diabetes).
Essas alterações tedem a piorar com o avançar da idade, se nada for feito para combater a evolução das mesmas.
A realização de atividades físicas e uma dieta equilibrada são fundamentais para mudar este quadro. Para se ter uma ideia, doze semanas de atividade física regular mesmo sem uma dieta equilibrada, diminuem o acúmulo de gordura no fígado, a resistência insulínica e o acúmulo de gordura abdominal, em aproximadamente 37%, 9% e 16% respectivamente.
Estratégias terapêuticas precoces, na adolescência, para diminuir a obesidade abdominal, as alterações dos níveis de açucar e os níveis de colesterol são fundamentais para evitar a progressão desses problemas, evitando os quadros mais graves relacionados aos problemas no fígado, por exemplo.

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