Ovários Micropolicísticos e sua relação com os níveis de Colesterol.

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Já há muito tempo conhecemos as possíveis alterações metabólicas que podem ocorrer com maior freqüência na mulher com ovários micropolicísticos.

Desde 2003, após um consenso entre europeus e americanos na cidade holandesa de Rotterdam, essas alterações foram definitivamente associadas ao ovário micropolicístico, fazendo parte da chamada Síndrome X ou Síndrome Plurimetabólica (um conjunto de alterações dos níveis de colesterol e açúcar associadas à obesidade ou sobrepeso). As alterações metabólicas, relacionadas à síndrome X, são os níveis de triglicerídeos acima de 150 mg/dl e os níveis de HDL (o chamado bom colesterol) abaixo de 50 mg/dl, além de alterações dos níveis de glicemia.

Estudos e evidências recentes apontam também para alterações precoces do LDL (o mal colesterol). Essa alteração do LDL estaria associada a alterações precoces nos vasos sanguíneos, favorecendo a formação dos depósitos de gordura iniciais, que um dia poderão levar a infartos ou AVCs (os acidentes vasculares cerebrais ou “derrames”). Esta alteração seria então um marcador precoce para doenças cardiovasculares e portanto, para previnir a aterosclerose (placas de gordura dentro dos vasos sanguineos) segundo o Programa Nacional Americano de Educação e Tratamento do Colesterol.

Associa-se a estes fatores a maior predisposição que as mulheres com ovários policísticos tem de ter alterações precoces dos níveis de glicemia, levando mais facilmente a estados pré-diabéticos e ao próprio diabetes, outra patologia com íntima relação com as doenças cardiovasculares.

Levando-se em consideração que nos dias atuais as doenças cardiovasculares matam mais que qualquer tipo de câncer, temos por obrigação diagnosticar e tratar melhor as mulheres com micropolicistose ovariana.

Portanto, ter ovários micropolicísticos significa muito mais que apenas usar anticoncepcionais para regular a menstruação, os perigos por trás desta patologia são bem maiores e complicados de resolver.

Assim, recentemente, tanto o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) como a Sociedade de Síndrome dos Ovários Micropolicísticos e Excesso Androgênico têm recomendado uma avaliação completa de todos os subtipos de colesterol.

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