A Importância da Preservação da Fertilidade Feminina

Início de mais um ano e mais uma vez voltamos a falar sobre um tema extremamente importante e atual.
Nunca é demais falar sobre a preservação da fertilidade, sobretudo a feminina. Isso se deve a um fator único: a postergação da gravidez.
Nos dias atuais, o mais comum e difícil problema relacionado à fertilidade é a idade do casal, em especial a feminina. Conforme já abordamos inúmeras vezes, a idade da mulher é fundamental para se ter uma boa fertilidade. A fertilidade feminina cai muito após os 35 anos e despenca após os 40 anos. Engravidar poderá ser um grande desafio acima dessas faixa etárias, mesmo para a medicina reprodutiva. Nem mesmo o uso das técnicas mais avançadas em reprodução assistida, como a fertilização in vitro e a injeção intra-citoplasmática de espermatozoides é capaz de reverter e superar os efeitos maléficos da idade do óvulo.
É preciso lembrar que o óvulo envelhece. Uma ovulação aos 40 anos, significa a liberação de um óvulo na sua quarta década de vida, para ser fertilizado por um espermatozoide de 30 dias de vida, dai a grande diferença entre homens e mulheres, apesar de se saber que os espermatozoides, também, perdem sua capacidade reprodutiva com o passar dos anos, muito embora vejamos pais aos 60 anos, mas nunca mães aos 60.
Ter um bebê, em idades avançadas, acima de 40, 45, 50 anos é possível, mas na imensa maioria das vezes quando se fez um planejamento para tal. Esse preparo consiste em preservar a fertilidade em idades precoces, por meio do congelamento de óvulos em idades em torno dos 25 aos 35 anos. O ideal seria congelar óvulos até os 35 anos, sempre que possível e que se desejasse postergar por um motivo ou por outro a gravidez.
Hoje, a idade média de congelamento de óvulos é, ainda, em torno de 36/37 anos, por pura falta de informação e acesso aos cuidados médicos necessários para realizar tal procedimento. O congelamento de óvulos é um processo simples e rápido, durando em média 12 a 15 dias, quando a mulher recebe medicações para estimular o crescimento e amadurecimento dos óvulos, com posterior retirada dos mesmos por aspiração com o uso de um ultrassom. Portanto, um procedimento simples e na maioria das vezes eficaz, rápido e praticamente sem efeitos colaterais. O único empecilho é o custo, pois, no Brasil, todo o tratamento é realizado de forma particular, com raros locais onde é possível realizar pelo sistema público.
Em resumo, entra ano, sai ano e a medicina reprodutiva não apresenta ainda uma solução para o envelhecimento dos óvulos. Nos resta esperar um futuro promissor, quando se espera que o uso de células-tronco embrionárias ou ovarianas possa gerar óvulos jovens e perfeitos. Nos dias atuais devemos usar a tecnologia que temos, isto é, a criopreservação dos óvulos, como estratégia eficaz de preservação da fertilidade.
Texto escrito pelo Dr. Daniel Diógenes, especialista em Medicina Reprodutiva e Diretor Técnico da Clínica Fertibaby Ceará.
Uma reflexão sobre a importância da preservação da fertilidade feminina.

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