Idade Feminina e Fertilidade

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Um dos fatores primordiais para o sucesso em se atingir uma gravidez é a idade. Antes, achava-se que somente a idade da mulher apresentava restrições ao sucesso de engravidar, mas, hoje, sabemos que a idade masculina é também importante e muitas vezes determinante para uma gravidez (falaremos mais sobre isso na próxima postagem).

A idade feminina é muito importante, vamos entender o pôrque?

A mulher já nasce com todos os seus óvulos, na verdade, ainda na vida intra-uterina o número total de óvulos já está definido, assim os óvulos têm a mesma idade da mulher, portanto eles envelhecem junto com a mulher, pelo menos essa é a teoria que vem sendo aceita há anos, mas como veremos adiante outra teoria existe e tudo poderá mudar num futuro próximo.

Como se não bastasse o fato de já existirem na vida intra-uterina, e portanto “envelhecerem” com o tempo, os óvulos, ainda, sofrem uma degeneração, ou seja, eles simplesmente morrem, desaparecem, num processo chamado de atresia. Assim a quantidade de óvulos diminui drasticamente durante toda a vida da mulher. Quanto mais velhos, menor a capacidade de desenvolvimento e, portanto de gerar embriões saudáveis. O pico da vida reprodutiva feminina ocorre aos 20, 25 anos de idade, com uma ligeira queda até os 35 anos, seguidos de uma queda livre a partir dos 35 anos. Em resumo, os óvulos atingem sua capacidade máxima de vitalidade aos 25 anos e a partir daí perdem cada vez mais o seu poder de gerar uma nova vida.

O que muito me preocupa, atualmente, é a influência de mídia na decisão da mulher sobre quando engravidar. Infelizmente, a mídia mostra e cultua atrizes e pessoas famosas engravidando em idade avançada, algumas até mesmo após os 50 anos e este fato tem levado mulheres a postergar demais uma gravidez.

O fato é que não se fala em como essas pessoas têm atingido uma gravidez, mas nós, especialistas, sabemos que na grande imensa maioria das vezes essas gravidezes são conseguidas somente por tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro, e ainda mais, muitas vezes com doação de óvulos (uso de óvulos de mulheres mais jovens), pois a idade é muito avançada para se conseguir óvulos da própria paciente.

Outro fator extremamente preocupante se deve ao fato de muitos ginecologistas postergarem o encaminhamento de mulheres que querem engravidar para o especialista em reprodução humana, assim muitas chegam às nossas mãos após os 35 e até os 40 anos de idade e esse fato dificulta e impede que muitas mulheres engravidem.

O fato de termos a idade e a produção de óvulos como um grande e importante fator que impede uma gravidez tem levado a muitas pesquisas nessa área.

Muitos pesquisadores norte-americanos e europeus têm feito pesquisas na tentativa de achar uma solução para essa produção limitada de óvulos e muito se tem descoberto.

Atualmente, tem-se identificado células precursoras dos óvulos, presentes nos próprios ovários, ou seja, células que podem gerar novos óvulos e que antes achava-se não existirem. Essas células parecem existir e parecem produzir óvulos ou pelo menos serem capazes de produzir novos óvulos durante a vida da mulher (funcionam como células pró-genitoras).

Portanto, a teoria de que todas as mulheres já nascem com um número definido de óvulos pode estar errada. Isso abre uma perspectiva magnífica, pois poderíamos obter novos óvulos quando a produção inicial estivesse em seu limite, ou seja, poderíamos ter uma nova fonte de óvulos…

Outra perspectiva futuro parece ser o uso de células tronco, que sem dúvida alguma poderá nos ajudar a conseguir novos óvulos em qualquer momento da vida da mulher.

Assim, o grande problema IDADE se tornaria coisa do passado.

Logicamente, esses são estudos e pesquisas iniciais e muito ainda se tem que caminhar para uma solução definitiva quando se fala em idade feminina.

Portanto, não posterguem muito uma gravidez, evitem esperar tanto, não se iludam com o que veêm na mídia e busquem no seu ginecologista uma resposta rápida para uma possível dificuldade em engravidar e acreditem que, hoje, ainda não temos soluções reais e concretas para compensar a idade feminina avançada.

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