Fatores Psicológicos e Emocionais ligados à Infertilidade

Ser mulher está associado à habilidade em gestar e ter filhos. O diagnóstico de infertilidade pode levar a mulher a sentir-se defeituosa e fora da normalidade, levando à raiva e à vergonha. Um diagnóstico de infertilidade provoca em um casal um grande nível de estresse.
Surgem, também, os sentimentos de culpa, por ter adiado tanto a gravidez e pelo próprio estilo de vida, causas muito comuns de infertilidade. Nesses sentido, a idade avançada e a baixa reserva ovariana são, hoje, a principal causa de infertilidade.
Pesquisas têm demonstrado que o estresse ligado à infertilidade causada pela baixa reserva ovariana, que muitas vezes está ligada a idade avançada, é superior ao estresse relacionado à infertilidade por outras causas, como as alterações anatômicas, em útero e trompas, por exemplo. Porém os maiores índices de estresse emocional têm sido relacionados à infertilidade ligada às perdas gestacionais recorrentes, os chamados abortamentos de repetição e às falhas repetidas de implantação embrionária em tratamentos de fertilização in vitro (resultados negativos na fertilização in vitro).
Em uma revisão de 22 estudos, envolvendo 21 mil pacientes, foram avaliadas as razões da descontinuidade dos tratamentos de reprodução assistida. Um total de 14% abandonou o tratamento por estresse psicológico e outros 16% por alegados problemas pessoais.
As pesquisas têm demonstrado que o suporte com profissionais adequados e preparados para enfrentar o estresse relacionado à infertilidade, suas causas e seus tratamentos é superior aos tratamento medicamentosos, ou seja, parece ser melhor ter um bom acompanhamento psicológico que usar medicações.
Identificar, entender e tratar adequadamente o estresse da infertilidade é a melhor opção a se seguir.
Logicamente, compreender que a “ciência” medicina reprodutiva ainda é muito limitada e jovem, que os tratamentos ainda estão muito longe de ter resultados próximos aos 100% positivos e que muitos mistérios e dúvidas ainda existem limitando as taxas de sucesso dos tratamentos, é fundamental para aceitarmos, pelo menos em parte, os resultados negativos e é extremamente necessário para continuarmos nos movendo em direção à tão sonhada gravidez e ao bebê saudável em casa.
Portanto, apesar de todo o avanço, de todas as tecnologias, reprodução assistida ainda é um método de tentativas. Quem insistir mais, alcançará mais o sucesso.
Fonte: Stony Brook University, New York. Fertility and Sterility, American Society for Reproductive Medicine, Julho de 2017.
Texto escrito pelo Dr. Daniel Diógenes, Especialista em Medicina Reprodutiva, Diretor Técnico da Clínica Fertibaby Ceará.

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