Estimulação Ovariana Leve: Uma Nova Tendência nos Protocolos de Reprodução Assistida

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Já é observada, há alguns anos, uma nova perspectiva em estimulação ovariana nos protocolos de fertilização in vitro (FIV), A ESTIMULAÇÃO LEVE DO OVÁRIO, ou seja, a estimulação ovariana com menor dose de medicações e/ou associações com indutores orais da ovulação. O princípio geral é que a estimulação leve é ​​menos agressiva, com menos efeitos colaterais e com resultados finais similares.

Existem algumas razões para utilização de protocolos leves, dentre elas estão o menor risco da síndrome do hiperestímulo ovariano, menores custos no tratamentoe o desejo da própria paciente. Os estudos não mostraram diferenças entre a FIV convencional e a FIV com estimulo leve quanto ao grau de ansiedade, depressão, desconforto físico ou distúrbios do sono. Outro ponto importante é que os trabalhos apresentaram uma menor taxa de abandono do tratamento das pacientes submetidas a estimulo ovariano leve. Os principais motivos que levam as pacientes a optar por este método são: menor número de injeções, além de menor números embriões criopreservados remanescentes.

Acredita-se que um menor estímulo ovariano, também, melhora a receptividade do endometrial o que, por sua vez, pode levar a uma maior taxa de implantação embrionária e gestação devido a uma menor “agressão” ao endométrio por níveis hormonais extremamente altos.

O pensamento predominante tem sido que há uma certa vantagem em se ter mais embriões, com o intuito de se ter mais opções para se realizar o PGS (avaliação genética pré-implantacional), porém os dados não são tão simples de serem interpretados assim. Um estudo recente desafiou essa teoria quando comparou a taxa de aneuploidia (alterações genéticas) em embriões provenientes de FIV convencional quando comparado a estimulo leve. O número de embriões sem aneuploidia detectada foi semelhante nos dois grupos, sugerindo que o protocolo de dose mais alta levou à recuperação de óvulos adicionais que não eram geneticamente normais.

A estimulação leve do ovário para FIV tem algumas vantagens comprovadas e teóricas. É uma opção apropriada a se considerar para determinados grupos de pacientes ou com base na preferência da paciente. A relação custo-eficácia da FIV de estimulação suave ainda não foi completamente estabelecida. O fato é que as condutas e protocolos devem ser individualizados e decididos em conjunto, entre equipe médica e casal.

Fonte: Fertility and Sterility, Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. Outubro 2017.

Texto escrito pelo Dr. Roberto Didier, especialista em Medicina Reprodutiva, médico da Clínica Fertibaby Ceará, Unidade Sobral.

 

 

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