Envelhecimento do homem e seus efeitos negativos na fertilidade

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A idade do homem interfere na fertilidade do casal? Quanto mais velho for o homem, maiores os riscos de doenças na prole?
Historicamente, respostas positivas à essas perguntas estavam relacionadas única e exclusivamente às mulheres.
Há muito se sabe dos efeitos negativos do avanço da idade da mulher sobre a fertilidade e sobre sua descendência. As evidências científicas atuais mostram que não só a idade feminina, mas também a idade masculina influencia negativamente a nossa capacidade de gerar vidas.
Em uma recente pesquisa realizada em Boston, Estados Unidos, pela Escola de Medicina de Harvard e publicada em janeiro de 2013, na Fertility and Sterility (publicação mensal da ASRM – Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva) avaliou os efeitos negativos da idade do homem na fertilidade humana, os resultados expostos aqui demonstram os diversos efeitos negativos do envelhecimento masculino na propagação da nossa espécie.
A idade paterna avançada, sobretudo após os 50 anos, está ligada a um risco muito maior de diversas doenças nos filhos, como: acondroplasia (um dos tipos de nanismo), malformações cranianas (síndrome de Pfeiffer e Apert), autismo e esquizofrenia.
Para se ter uma idéia, foi encontrado um risco até três vezes maior de esquizofrenia nos filhos de pais com mais de 50 anos.
Essas alterações estariam relacionadas às alterações cromossômicas (alterações genéticas).
Existem também evidências de aumento do risco de síndrome de Down, apesar de serem evidências mais fracas.
A pesquisa também demonstrou uma diminuição da fertilidade relacionada ao avanço da idade masculina, ou seja, quanto mais velho for o homem menor sua chance de gravidez natural, sobretudo após os 40 anos.
Foi evidenciado também um aumento na taxa de abortamento nas mulheres casadas com homens mais velhos.
Nem os tratamentos de reprodução assistida parecem diminuir os efeitos negativos do envelhecimento masculino, numerosos estudos analisados nesta pesquisa evidenciaram uma menor taxa de gravidez em tratamentos como inseminação intrauterina (IUI) e fertilização in vitro (FIV), prinicipalmente em homens com mais de 40 anos.
Apesar destas evidências, existem estudos que não encontraram esses efeitos negativos nos tratamentos de reprodução assisitida. Mais estudos voltados para esta área se tornam necessários.
Estas possíveis alterações, ligadas à idade masculina, parecem ocorrer por mudanças no sêmen relacionadas ao envelhecimento.
O volume de sêmen diminui, há uma redução no número de células testiculares, pequenos infartos nos vasos do testículo ocorrem com o avançar da idade e o mais importante, danos no DNA do espermatozóide parecem ocorrer com o envelhecimento, todos esses fatores diminuem a qualidade e quantidade dos espermatozóides.
Com o material genético de sua célula reprodutora danificado, o homem teria menor capacidade de gerar uma vida, tanto naturalmente, quanto em tratamentos como IUI e FIV.
Há fortes evidências demonstrando uma forte relação entre estresse oxidativo e o dano no DNA do espermatozóide, o excesso de espécies reativas do oxigênio (radicais livres) estaria ligado ao envelhecimento e diminuição da fertilidade.
Apesar das evidências demonstradas nesta pesquisa, não há ainda uma unanimidade quanto ao papel do envelhecimento masculino na fertilidade humana, mas isto parece ser apenas uma questão de tempo.

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