Endométrio – Peça Fundamental

endometrio
Se você nunca ouviu falar de endométrio, saiba que esta parte do útero vem sendo muito estudada, atualmente, e muitas vezes vem sendo apontada como causa de falhas de implantação embrionária durante os tratamentos de reprodução assistida.

O endométrio é a camada que reveste a parte interna do útero, essa região é onde ocorre a implantação do embrião na gravidez. É aqui que se inicia a gestação.

Hoje, já se consegue por meio das técnicas de reprodução assistida obter-se o embrião perfeito, conseguimos selecionar o melhor espermatozóide e chegamos muitas vezes ao óvulo ideal, mas infelizmente ainda não entendemos, a fundo, o endométrio.

Acha-se que é preciso haver uma coordenação, um equilíbrio entre endométrio e embrião. Um momento certo para que o embrião se implante no endométrio. A grande questão é encontrar este momento.

Teoriza-se que durante os procedimentos de reprodução assistida (inseminação intrauterina e sobretudo a fertilização in vitro) o endométrio sofra uma aceleração de sua maturidade, devido ao uso dos hormônios (gonadotrofinas – FSH e LH) que são utilizados para estimular o crescimento dos folículos (estruturas que envolvem os óvulos), e que esse fator possa comprometer a sua receptividade ao embrião. Teorias a parte, esta evidência apresenta-se cada dia mais forte e indica uma possível solução para um mistério que há anos desafia a medicina reprodutiva.

Evidências recentes demonstraram que a presença de determinadas alterações na estrutura do endométrio (formação de estruturas chamadas de pinopodes, que aumentariam a adesão ao mesmo), durante a fase pós-ovulatória o fariam ter uma receptividade maior ao embrião. Essas alterações estariam mais presentes em intervalos, às vezes, de horas ou dias, e parecem estar presentes em menor número em endométrios sob ação hormonal, leia-se gonadotrofinas, ou seja, nos endométrios de mulheres submetidas a fertilizações in vitro e inseminações intra-uterinas.

Assim se a transferência do embrião ocorre no momento com menos pinopodes, o que teoricamente pode ocorrer nos ciclos de reprodução assistida, devido ao uso de gonadotrofinas, as taxas de gravidez cairiam.

Dai a importância de obter a sincronia exata entre endométrio e embrião.

Essa evidência abre um leque enorme de opções para se tentar aumentar as taxas de gravidez em reprodução assistida, como, por exemplo, a transferência de embriões congelados.

Antes vista como uma alternativa secundária, a transferência de embriões congelados começa a ser encarada como uma ótima opção e talvez como a melhor opção do futuro, pois nesse caso não há o uso de gonadotrofinas e assim o endométrio teria uma sincronia maior com o embrião, não sofrendo a aceleração provocada pelas mesmas.

Muito ainda se precisa conhecer para desvendarmos todos os mistérios desta região tão importante para o sucesso de uma gravidez, a medicina reprodutiva já encontrou a luz a seguir, agora temos que ter calma e esperar por novos avanços!!!

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