A experiência do cientista chinês He Jiankui gerou uma grande discussão no meio científico mundial. O cientista alega ter modificado geneticamente dois embriões, removendo os genes compatíveis com o vírus do HIV, transferindo esses embriões, de forma totalmente experimental, para uma mulher.
Editar um embrião, uma nova terminologia que a ciência tem adotado para explicar esse tipo de técnica, pode ser algo promissor, mas, também, muito preocupante. É preciso considerar que o ser humano desenvolveu resistência a uma série de doenças ao longo dos anos, justamente por estar sujeito a elas.
Não é de hoje que a medicina realiza mutações genéticas em embriões, fazendo uma seleção e modificação prévia a uma fertilização in vitro, o que em teoria garantiria a formação de embriões geneticamente normais para determinados tipos de doenças.
Em diversos países europeus e nos EUA, são realizadas experiências científicas de alteração genética em embriões e há um acompanhamento daquela mutação para ver como o embrião se desenvolve, porém é expressamente proibida a implantação desses embriões modificados geneticamente em uma mulher.
Ainda que seja uma ação benéfica para o futuro da medicina genômica, é preciso ter muito cuidado e ética ao tratar questões delicadas como essa. Somente após a devida comprovação científica e de segurança de tais técnicas é que poder-se-á pensar em usar tais avanços tecnológicos em benefício de uma evolução segura e que não venha a provocar mais danos que benefícios.
Fonte: SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida).
Chromosome – Medicina Genômica. Dezembro de 2018.
Texto escrito pela Dra. Lilian Serio. Especialista em Medicina Reprodutiva. Sócia-Diretora da Clínica Fertibaby Ceará.