Efeitos do Tabagismo na Fertilidade Feminina

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Sabe-se que toxinas ambientais, como as produzidas pelo hábito de fumar provocam uma redução da fertilidade humana.
Baseado nessas evidências, cientistas têm procurado entender melhor a extensão dos danos desses efeitos nocivos.
Uma pesquisa publicada, em outubro deste ano, na Fertility and Sterility, jornal da ASRM – Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em conjunto por um grupo de pesquisadores da Universidade Paris Descartes, em Paris e da Califórnia, nos Estados Unidos, tenta esclarecer esses pontos.
Baseado em evidências científicas, esses pesquisadores estabeleceram uma hipótese para tentar entender os efeitos nocivos do tabagismo na fertilidade feminina.
A hipótese afirma que que as toxinas do cigarro afetariam inicialmente os óvulos em crescimento, poupando os óvulos primordiais (a reserva ovular que não estaria em crescimento). Acha-se que após 6 meses da parada do hábito de fumar, a capacidade reprodutiva estaria plenamente restabelecida. O período de 6 meses seria o necessário para que os óvulos primordiais, não afetados pelas toxinas, começassem a se desenvolver.
Fumantes parecem ter piores resultados em técnicas de reprodução assistida (fertilização in vitro e inseminação intrauterina), além de menores chances de concepção natural. Porém, parece que  chance de atingir-se uma gravidez nas mulheres que haviam parado de fumar há mais de 6 meses seriam as mesmas das que nunca fumaram.
Alguns dados demonstram efeitos negativos, também, nas fumantes passivas, aquelas mulheres que não fumam, mas cujo parceiro fuma. Parece que nesse grupo particular os efeitos negativos do tabagismo tendem a ser os mesmos dos que ocorrem nas fumantes ativas.
Entretanto, essa teoria não está totalmente consolidada, visto que mulheres tabagistas tendem a entrar na menopausa cerca de 1 a 2 anos antes que as não fumantes. Parece que, em certos casos, os óvulos primordiais parecem, também, ser afetados pelas toxinas. Isso pode ser aplicado aos casos de quimioterapia, por exemplo, onde o efeito dos quimioterápicos tem um grande potencial destrutivo contra as células ovarianas.
Quanto menor o estresse oxidativo a nível ovariano maior a capacidade reprodutiva. As toxinas geradas pelo tabagismo aumentam a produção de radicais livres no ovário e contribuem para o aumento desse estresse. Bons hábitos de vida, como: boa alimentação, bons estilos de vida (não fumar e não beber, por exemplo) e o uso de antioxidantes são recomendados a todas as mulheres que desejam uma gravidez naturalmente ou por meio de técnicas de reprodução assistida. Isto seria recomendado por pelo menos 3 a 6 meses antes das tentativas de engravidar.
Conclui-se que o dano causado pelas toxinas do tabaco não parecem ser definitivos na maioria das mulheres, mas isso não minimiza os danos gerais causados pelas mesmas.
Fumar, portanto, não combina com uma boa fertilidade.

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