Atividade Física e Capacidade Fértil. Existem Relações?

As relações entre o tipo e a intensidade de atividades físicas e a qualidade seminal sempre foram motivos de discussão. As pesquisas são ambíguas e certos tipos de atividade física, como o ciclismo, a variação da intensidade do exercício e até o tipo de roupa que se usa durante a atividade, pode interferir nos resultados dos estudos, dificultando ainda mais uma correta avaliação sobre a influência da prática de exercícios e a fertilidade masculina.
Baseados nesta dúvida, pesquisadores poloneses, avaliaram a influência da intensidade da atividade física e a qualidade seminal, em homens jovens, com idade média de 24 anos. Os resultados demonstraram uma relação positiva entre a intensidade da atividade e o percentual de espermatozoides imóveis, ou seja, quanto maior a intensidade dos exercícios maior foi o número de espermatozoides imóveis. Nenhum outro parâmetro seminal (morfologia, concentração, vitalidade) apresentou variações que pudessem ser correlacionadas com a intensidade da atividade física.
Os possíveis mecanismos causadores desse efeito ruim, seriam: o excesso de estresse oxidativo (redução da concentração de antioxidantes), uma desregulação hormonal, o aumento da temperatura escrotal e o possível trauma genital (agudo ou micro-traumas sequenciais).
Apesar dos resultados desta pesquisa, diversos outros estudos não confirmaram a existência de uma relação entre intensidade da atividade física e alteração na movimentação dos espermatozoides.
Em resumo, em homens jovens e sem diagnóstico de infertilidade ou sub-fertilidade, altos níveis de atividade física podem estar associados a uma maior quantidade de espermatozoides imóveis, portanto, mais uma vez o equilíbrio é a melhor chave para uma manutenção adequada da saúde e da capacidade fértil.
Atividades físicas regulares são e sempre serão a melhor opção para manter corpo e mente em forma.
Fonte: Departamento de Medicina Esportiva, Departamento de Promoção à Saúde e Departamento de Nutrição, Universidade de Educação Física e Departamento de Endocrinologia da Universidade de Medicina de Wronclaw, Polônia, fevereiro de 2017.
Texto escrito pelo Dr. Daniel Diógenes, Especialista em Medicina Reprodutiva, Diretor Técnico da Clínica Fertibaby Ceará.

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