Aplicativos de Fertilidade – Auxiliam ou Atrapalham?

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É fato que a tecnologia está em todas as partes, seja para fazer supermercado, pedir um veículo particular de transporte e agora até mesmo controlar a menstruação ou ovulação das mulheres. Ao contrário do que se pensa, esses aplicativos que cuidam da saúde intima feminina podem mais atrapalhar do que ajudar. Em muitos casos, o casal fica refém dos aplicativos e só fazem a prática sexual quando há possibilidade de ovulação.

No entanto, precisamos entender que nem sempre os aplicativos poderão ser certeiros nesses dias que indicam a ovulação, até porque podem ter variações de dois a três dias por conta da saúde intima na mulher. É valido lembrar que quando se está tentando engravidar, é preciso realizar o ato sexual pelo menos três vezes por semana, independente do que indicam os aplicativos.No entanto, vale ressaltar que existem outros fatores que podem impedir uma gravidez de ocorrer e que os aplicativos não são capazes de identificar. Para as mulheres que têm ciclos irregulares, por exemplo, aplicativos como este não funcionarão.

Como exemplo, temos os casos que foram relatados por um hospital de Estocolmo, na Suécia, em 2017. Isso porque 37 de 668 mulheres que buscaram orientação médica para aborto na instituição declararam que usavam um app para prevenir a gravidez. O mesmo pode ocorrer para mulheres que querem engravidar: elas podem não engravidar devido a um erro no app.

Não podemos fugir da tecnologia e precisamos dizer que os aplicativos podem ajudar, contanto que o casal não se baseie apenas por eles. É importante ressaltar que a tecnologia, também, não deve tomar o lugar do profissional ginecologista ou médico especialista em medicina reprodutiva, os dois devem caminhar em conjunto. Encontrar soluções que alinham as tecnologias e a sabedoria profissional pode ser a saída ideal para os casais que desejam construir uma família.

Sem dúvida alguma, a busca pelo profissional médico adequedo não pode ser negligenciada. Nada substitui uma consulta e avaliação médica e a realização dos exames adequados na busca pelos possíveis problemas relacionados à fertilidade.

Fonte: ESHRE (Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia). Junho de 2019.

Texto escrito pelo Dr Daniel Diógenes. Especialista em Medicina Reprodutiva. Sócio-Diretor da Clínica Fertibaby Ceará.

 

 

 

 

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