Álcool x Fertilidade Masculina

cervejas

A associação entre o consumo de álcool e a fertilidade masculina já foi alvo de inúmeras pesquisas, os resultados são inconsistentes, mas parece haver uma relação negativa entre o consumo prolongado e em quantidade excessiva com a qualidade e a quantidade dos espermatozóides.
Entretanto, um recente estudo publicado em agosto de 2014 na Human Reproduction, a revista da ESHRE (Sociedade Européia de Medicina Reprodutiva e Embriologia) não encontrou relações entre o consumo leve e moderado de álcool e uma piora dos níveis seminais. Está pesquisa foi realizada por pesquisadores da Dinamarca, Lituânia e Estados Unidos.
Foram estudados 8344 homens, destes mais de 60% eram consumidores apenas de cerveja. Não foi achada nenhuma associação entre o consumo leve e moderado de álcool e a qualidade dos espermatozóides. Como apenas 6% dos homens estudados apresentaram consumo excessivo de álcool, não se conseguiu estabelecer uma relação desta ingestão maior com uma piora seminal, devido ao pequeno número de homens analisados com este perfil e nesta pesquisa.
Entretanto, foi observada uma relação entre o consumo leve, moderado ou excessivo com maiores níveis de testosterona circulantes, provavelmente devido a mudanças no metabolismo da testosterona no fígado.
Apesar deste estudo não ter o poder de demonstrar relações entre o consumo regular de álcool e uma piora da qualidade seminal, diversos estudos já demonstraram efeitos deletérios do consumo crônico (prolongado) e excessivo de álcool com uma piora dos parâmetros seminais.
Provavelmente, isto ocorra por um dano provocado pelo álcool às células produtoras de testosterona, as células de Leydig, e por alterar toda a produção hormonal que vem desde o cérebro, alterando o eixo hipotálamo-hipófise-testículo, além dos efeitos negativos no fígado, levando a uma produção menor das proteínas responsáveis pela circulação da testosterona no organismo.
Em resumo, a melhor opção, sempre, parece ser o equilíbrio. O uso social do álcool pode não ser tão deletério à fertilidade masculina, mas o exagero pode, a médio e longo prazo, levar a prejuízos da mesma.

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