Aborto de Repetição

aborto natural
O abortamento natural é a complicação mais comum da gravidez, atingindo cerca de 15 a 30% das mesmas, aflingindo muitas mulheres e casais, mas é, na grande maioria das vezes, um meio natural de eliminar alterações genéticas.
Para a medicina reprodutiva, o grande problema acontece quando ocorrem abortamentos de repetição, uma causa de infertilidade difícil de ser tratada.
A definição de aborto habitual (recidivante ou
de repetição) é a existência de três ou mais perdas gestacionais espontâneas e consecutivas, clinicamente diagnosticadas antes de 22 semanas de gestação.
Atinge cerce de 1% das mulheres em idade reprodutiva.
Nos dias atuais, em que os casais iniciam suas tentativas de engravidar cada vez mais tarde, a ocorrência de dois abortos associados a idade materna avançada (mais de 35 anos) e a ansiedade do casal já justifica o início de uma investigação.
As causas são diversas e se dividem entre imunológicas (20%), endócrinas (15%), anatômicas (10%), genéticas (5%), infecciosas (0,5%) e desconhecidas (40-50%).
Atente-se para o fato de não se conseguir encontrar uma causa para a grande maioria dos casos.
Entre as causas imunológicas estão as trombofilias, entre elas, a SAAF, síndrome de anticorpos anti-fosfolípides, (tema já abordado aqui neste blog em 2011) é a principal causa.
Hoje, tem-se combatido os efeitos deletérios da SAAF, com relativo sucesso, com o tratamento medicamentoso adequado, com substâncias, como : AAS, heparina e corticóides.
Alguns estudos médicos demostram uma queda da taxa de abortamentos de até 54%, quando o tratamento para SAAF é realizado durante toda a gestação.
Entre as causa endocrinológicas temos doenças, como : diabetes mellitus, hipotireoidismo, obesidade e SOMP (síndrome dos ovários micropolicísticos).
Das causas anatômicas, temos as alterações uterinas congênitas (aquelas em que se nasce com elas), a presença de miomas uterinos e a incompetência istmo-cervical (colo uterino incapaz de manter-se fechado durante a gravidez).
As causas genéticas, que são a maioria das causas de aborto, não representam a maioria das causas de aborto habitual, neste grupo temos as alterações a nível de genes e cromossomos.
Entre as causas infecciosas, hoje, bastante reduzidas, devido ao maior acesso da população à assistência médica, a presença de vaginose bacteriana (as conhecidas secreções vaginais) pode, raramente, causar abortamentos de repetição, assim como as doenças sexualmente transmitidas.
Existem, ainda, os fatores ambientais que podem ser prejudiciais e portanto podem provocar perdas repetitivas, como : etilismo, tabagismo e uso de drogas ilícitas.
Vimos que as causas de abortos habituais são muitas e que muitas vezes não se consegue diagnosticar a causa das perdas.
Portanto, hábitos de vida saudáveis, um bom acompanhamento médico e não retardar muito a concepção parecem contribuir muitas vezes para evitar as perdas de repetição.

Compartilhe: